Discordo inteiramente do resultado final do Concurso da RTP, o Maior Português de Sempre, mas de certa forma consigo compreendê-lo. Para mim isto é um voto de protesto contra a democracia pós 25 de Abril, que não conseguiu responder às necessidades reais dos portugueses. A nossa classe política é má. Os escandalos sucedem-se na nossa sociedade, desde as Câmaras faladas às não faladas, do Apito Dourado à Casa Pia, a justiça belisca, mas não castiga. Os governos não conseguem estabilizar o nosso país economicamente desde a entrada na moeda única, o desemprego não pára de subir, investimento nem vê-lo, entre muitos outros problemas.
Quem votou em Salazar votou contra os políticos de hoje e contra Cunhal. No entanto nem por isso estará contra a democracia e será apologista do regime do regime ditatorial. Eu não votei, mas jamais votaria nos 2 primeiros classificados deste concurso, apesar de reconhecer a ambos importância (com as devidas proporções) na vida contemporânea portuguesa.
5 comentários:
Não vou comentar a votação final mas sim a péssima apresentação feita pela Maria Elisa. Considero, desde o início, que a M. Elisa foi uma péssima escolha. A provar isso mm foi a parcilidade notória dela ao longo dos programas... enfim, pelo menos fiquei a saber quem foi Aristedes Sousa Mendes...
A mim também me fez alguma confusão ver os dois primeiros classificados. Até porque estava convencidíssimo, no início do programa há uns meses atrás, que isto eram favas contadas para o D. Afonso Henriques. Enfim, vou voltar às previsões dos Óscares que costumam correr melhor :P
Concordo inteiramente com a tua análise, Diogo. 30 anos de democracia que trouxeram notórias melhorias à qualidade de vida dos portugueses, mas que continuam a ter para a generalidade dos portugueses um sabor a pouco e a consciência colectiva de que temos ainda muito que evoluir. Estranho ou não, é que não sei se consigo dizer que discordo do resultado (1º lugar), do concurso. Em 1º Lugar, isto é apenas um concurso de televisão e é exactamente nessa dimensão que o devemos valorar: concurso para entertenimentto, sem grandes preocupações de rigor no que respeita a definição de critérios para a dita eleição.
Em 2º lugar, porque muito embora discorde de (algumas) opções e métodos utilizados por Salazar, o certo é que do ponto de vista da visão político-económica, do génio objectivo, do brilhantismo e do rasgo intelectual, Salazar tirou Portugal do grande marasmo em que se encontrava na 1ª metade do Sec. 20.
Com toda a relatividade que todas estas avaliações comportam, considero que prestou contributos relevantes ao País e é neste sentido que não me choca o resultado da votação.
Contudo, esclareço que sou frontalmente contra os métodos que Salazar utilizou para fazer passar a su mensagem política: Propaganda (mocidade portuguesa), censura, violação elementar dos direitos, liberdades e garantias.
Mas, alguém firmemente acredita que aqueles métodos caíram completamente em desuso???
O meu último post também refere este assunto. No entanto, é necessário salientar que a Faculdade de Letras tem sofrido do mesmo mal! Mas a ameaça de listas extremistas foi facilmente posta de parte!
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